As vezes os homens acham que nossas dores são
apenas desculpas, mas quem sofre com elas sabe que a história é outra.
Uma pesquisa listou 7 tipos de dores que são bem conhecidas no universo feminino,
aqui você pode conferir quais são e porque elas ocorrem.
1. Enxaqueca
Com relatos datados de 7000 a.C, a enxaqueca é o tipo de cefaléia que
mais atinge as mulheres. Cerca de 20% sofrem com ela, contra 11% dos
homens.
Sintomas: dor na região da têmpora, podendo irradiar para toda a
cabeça. Também causa aversão a cheiros, luz ou barulho, náuseas e até
vômitos.
Por quê? A neurologista carioca Maria Eduarda Nobre, autora de Cefaléia
em Salvas (Lemos), diz que as causas são genéticas. Um deflagrador da
dor é a flutuação hormonal, por isso as crises durante a menstruação.
Outros gatilhos: stress, longo jejum, poucas horas de sono, o uso
exagerado de analgésicos (mais de dois comprimidos por semana), consumo
de alimentos vasodilatadores, como chocolate, laranja, álcool, queijos.
Alívio já
Hoje se sabe que o melhor tratamento engloba um conjunto de ações. A
acupuntura é uma aliada, concluiu recente estudo da Universidade de
Munique, na Alemanha. Exercícios físicos, pelo menos três vezes por
semana, também ajudam. "Ativam a produção de endorfina, um analgésico
natural", explica a dra. Maria Eduarda. Quanto aos remédios, a última
palavra são os que previnem o transtorno, como os neuromoduladores, que
atuam em mecanismos químicos e elétricos do cérebro.
2. Dor Lombar
Quem nunca sofreu de dor nas costas? Com tanta correria, é quase
impossível a musculatura da região não se ressentir. "Lombalgia é a
segunda maior causa de consultas médicas, só perdendo para as queixas do
trato respiratório", conta o ortopedista Ricardo Cury, professor da
Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.
Por quê? Ela atinge tantas mulheres por uma série de motivos. Entre
eles, levantar peso (quando você carrega as compras do mercado sozinha) e
adotar má postura (por abusar do salto agulha, por exemplo). A
ansiedade, velha conhecida feminina, é outra vilã. "Quando você passa
por um problema pessoal e não relaxa, acaba contraindo os músculos, que
correm mais risco de inflamarem, explica o dr. Cury. Ser sedentária
também facilita o problema. Quem passa o dia inteiro sentado retrai a
musculatura das pernas. E isso acaba afetando as costas".
Alívio já
Exercícios físicos, alongamento e ioga previnem esse tipo de dor por
melhorarem a postura. Relaxantes musculares, analgésicos,
antiinflamatórios e fisioterapia são recomendados, dependendo da
gravidade do caso. Mas um estudo realizado por pesquisadores alemães
mostra que os efeitos da acupuntura foram melhores do que os remédios
para tratar o mal.
3. Problemas Gástricos
Dor de estômago, má digestão e queimação acabam com o humor de qualquer
uma. Elas podem ser decorrentes do aumento da sensibilidade do órgão ou
do ácido que ele produz, o que gera inflamação da sua mucosa (a
gastrite).
Por quê? As mulheres são vítimas comuns por encararem jornada dupla,
sofrerem pressão em casa, no trabalho... A dor de estômago é mais
freqüente em garotas que lidam mal com o stress e se alimentam de
qualquer jeito. Segundo os especialistas, cada uma de nós tem um órgão
de choque, aquele que reclama quando ficamos nervosas. E o estômago é um
eleito preferencial.
Alívio já
"Comer com calma evita engolir muito ar, o que provoca gases e digestão
lenta", diz o gastroenterologista Thomas Szegö. Para não irritar ainda
mais o pobre estômago, melhor trocar café, chá preto e refrigerantes com
cafeína por suco de frutas. Mais: jejum prolongado aumenta a secreção
gástrica e, conseqüentemente, a dor. Frituras também dificultam a
digestão. E mascar chiclete envia ao estômago a mensagem de que vem algo
para ele digerir. O órgão, então, produz ácidos para o alimento que não
chega. Resultado: desconforto.
4. Dor Muscular Geral
Fibromialgia é o nome da síndrome que desencadeia dores lancinantes em
todo o corpo e maltrata cerca de 3 milhões de brasileiras, ante 500 mil
homens. É comum as vítimas fazerem uma peregrinação por consultórios, de
ortopedista e psiquiatra, até ouvirem o diagnóstico. Isso porque ela
causa dificuldade para dormir, fadiga, baixa auto-estima, dor de cabeça,
formigamento e inchaço nos pés e nas mãos. Os músculos ficam tensos
todo o tempo, recebendo menos oxigênio do que o normal. Os nervos
responsáveis por levar os sinais de dor para o cérebro permanecem
hiperexcitados. E os capazes de inibi-la funcionam mal.
Por quê? Não se sabe ao certo a origem, mas é notório que o stress
crônico serve de estopim para a síndrome. "Observou-se que quem sofre do
problema é ansioso, depressivo e emotivo", conta o ortopedista Ricardo
Cury. Essa raiz emocional pode ser o motivo de a fibromialgia ser mais
freqüente nas mulheres.
Alívio já
Hidroginástica é a última grande descoberta para tratar a síndrome.
Entre os benefícios, o movimento dentro da água favorece uma leve
massagem muscular. Portanto, freqüente a piscina como se fosse remédio. O
tratamento inclui ainda antiinflamatórios, psicoterapia, acupuntura e
massagem. Tudo para ficar relaxada.
5. Visita de Longa Data
Sentir cólicas todo mês não tem nada de normal. "A menstruação é uma
função fisiológica e, se causa dor, precisa ser tratada", diz o
ginecologista Eliezer Berenstein, autor de A Inteligência Hormonal da
Mulher (Objetiva). "Você não procuraria o médico se sofresse ao
urinar?", compara ele.
Por quê? O desconforto mais comum é chamado de algomenorréia - saída da
menstruação com dor. Pode ser causado por endometriose, inflamações na
pelve, menstruação precoce, canal do útero muito estreito. Há também a
exmenorréia - menstruação combinada com desmaios, suor frio, diarréia,
cansaço, vômito. Ela acontece quando a produção de prostaglandina é tão
alta que sua ação negativa não se limita ao útero. Vai, pela corrente
sanguínea, para outros órgãos, causando sofrimento.
Alívio já
Exercício, mais uma vez, ajuda. Mas cuidado na escolha. Segundo o dr.
Berenstein, melhor natação, ioga, pilates, musculação e alongamento.
"Alguns aeróbicos, como corrida, podem aumentar a produção de
substâncias inflamatórias e agravar o quadro". Ele indica também
acupuntura, homeopatia, ioga e massagens, que turbinam a produção de
endorfina, aumentando a tolerância à dor. O tratamento é feito com
anticoncepcional hormonal, analgésicos e inibidores de prostaglandina.
6. Bruxismo
O bruxismo, hábito de ranger os dentes especialmente durante o sono,
além de desgastar seu sorriso, pode causar dor de cabeça, no pescoço,
nos ouvidos, nos ombros e nas costas. Ai! E também maior dificuldade
para mastigar e triturar os alimentos, o que pode gerar problemas no
estômago. Ficou de boca aberta? Os sintomas são estalos na articulação,
dor e dificuldade para abrir as mandíbulas.
Por quê? Estudos da Organização de Saúde de Seattle, nos Estados
Unidos, mostram que 85% dos pacientes que procuraram ajuda para o
bruxismo nos últimos 15 anos eram mulheres. Culpa da flutuação hormonal,
que nos tira do sério na TPM.
Alívio já
Como o que está por trás do bruxismo é a tensão, o tratamento alia
visitas ao psicoterapeuta e ao dentista à prática de atividades que
ajudam a relaxar. Sugestões do momento: ioga, meditação, watsu.
7. LER - Lesões por Esforço Repetitivo
Atenção, secretárias, bancárias, digitadoras, operadores de
telemarketing, malhadoras e até viciadas em Internet: mulheres entre 30 e
40 anos são as mais atingidas pelas dores decorrentes das lesões por
esforço repetitivo (LER) ou distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho (DORT). Estamos falando de inflamações nos tendões,
principalmente nos membros superiores. Esses problemas ocorrem quando um
grupo muscular é requisitado para a mesma tarefa muitas vezes todos os
dias: digitar sem parar, fazer sempre o mesmo movimento na musculação.
Por quê? "Uma possível causa para a doença atacar as mulheres pode
estar relacionada com a musculatura feminina, menos desenvolvida que a
dos homens. A isso somam-se cargas de trabalho e exigência de resultados
cada vez maiores", fala o dr. Cury.
Alívio já
A-lon-ga-men-to. É essa a solução para evitar o LER/Dort. E a cada hora
e meia, pelo menos. "O condicionamento físico e o fortalecimento ajudam
a prevenir lesões", avisa. As malhadoras devem respeitar o aquecimento.
Ioga, pilates, massagens e acupuntura também colaboram para o alívio da
dor.
Analgésicos comestíveis
E se, para prevenir as crises de ai, ai, ai, bastasse garantir alguns
itens no prato? Pesquisas recentes demonstraram que ômegas 3 e 6 ajudam
no controle de certos tipos de dor crônica. Estão na lista cólicas,
enxaquecas e as decorrentes de doenças reumáticas, como a fibromialgia.
No entanto, não imagine que esses nutrientes funcionam como um
analgésico comum, que você toma e o alívio vem na hora. "Eles surtem
efeito a longo prazo se consumidos regularmente", conta o clínico-geral
Paulo Casali. O ômega 3 é uma gordura poliinsaturada encontrada no
salmão e na sardinha frescos e nas sementes de linhaça; e o 6, nos óleos
vegetais, como canola e girassol. Atualmente, muitos produtos são
enriquecidos com as substâncias, como ovos, leite, cereais. Aproveite.
Então garotas vamos nos cuidar e garotos, aqui está a prova que não é apenas desculpa nossa.
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